Proteção contra incêndio
Existe algum tratamento para proteger estruturas antigas de madeira contra incêndios como o que destruiu parte da cobertura da Estação da Luz, em São Paulo?
A resistência ao fogo de estruturas de madeira deve ser dimensionada no desenvolvimento do projeto estrutural da edificação. A razão de carbonização e o consequente comprometimento das propriedades mecânicas da madeira é um parâmetro conhecido. O dimensionamento consiste basicamente em determinar, ao final do tempo requerido de resistência ao fogo, se a seção preservada de cada peça estrutural é capaz de suportar os esforços a que está submetida. Uma forma alternativa de garantir a resistência ao fogo de estruturas de madeira consiste em encapsular os elementos que a compõem com materiais capazes de retardar o comprometimento progressivo das seções por ação do fogo. Isto não se obtém com tratamentos superficiais (como pinturas e vernizes) ou por impregnação, mas sim com placas ou mantas termoisolantes envolvendo toda a seção de cada peça. A ação do incêndio plenamente desenvolvido sobre os elementos estruturais é extremamente severo e eventuais tratamentos, aplicados superficialmente ou por impregnação, não resultam benéficos em termos de resistência ao fogo, uma vez que não impedem a ação direta do calor intenso sobre a madeira. Os tratamentos superficiais ou por impregnação têm sido utilizados para melhorar as características de reação ao fogo de revestimentos ou forros de madeira, apenas limitando a propagação de chama na superfície destes componentes construtivos. Em relação à Estação da Luz, é necessário ressaltar que o emprego de estrutura de madeira se restringia à sua cobertura e que, para essa situação, o Decreto Estadual 56.819/2011 do Corpo de Bombeiros não exige que estrutura seja dotada de resistência ao fogo.
Fonte: téchne